Escritórios sustentáveis, energia e direito ambiental urbano em debate na OAB Paraná

Escritórios sustentáveis, energia e direito ambiental urbano foram os temas debatidos na OAB Paraná na manhã desta quarta-feira (5/6), dia em que a seccional sediou uma das etapas da Semana SAM (Sustentabilidade, Acessibilidade e Mobilidade). A mesa de abertura dos trabalhos foi composta pela presidente da Comissão de Direito Ambiental, Patrícia Santos Précoma Pellanda, pela presidente da Comissão do Pacto Global, Jaqueline Lobo da Rosa e pelo coordenador da Semana SAM, o arquiteto Gilmar Lima, que atua na Universidade Livre do Meio Ambiente e no Projeto Mãozinha Verde.

Jaqueline lembrou que a OAB Paraná foi a primeira seccional do sistema a aderir ao Pacto Global. “Desde então, o trabalho desenvolvido tem engajado outros atores na missão de trabalhar por uma sociedade mais sustentável, inclusiva, justa e igualitária”, destacou.  Após as saudações iniciais, feitas também por Patrícia Précoma Pellanda e por Gilmar Lima, seguiram-se as palestras da programação matinal da Semana SAM.

Escritórios sustentáveis

O engenheiro e advogado André Nagalli discorreu sobre escritórios sustentáveis enfatizando a noção de que o conceito está em cada pequena decisão tomada pelo empreendedor e não apenas no aspecto construtivo. “Há um modo objetivo de fazer esse cálculo, por meio da análise do ciclo de vida dos produtos. É preciso adotar critérios e considerar as variáveis em cada lugar e atividade. Decidir por um refeitório coletivo na empresa, por exemplo, evita que os funcionários façam o caminho de ida e volta para almoçar em casa ou outro local, o que certamente tem impacto ambiental”, destacou.

Nagalli também falou sobre os “edifícios doentes”, onde, enclausuradas, as pessoas tendem a sofrer males físicos e psicológicos. “Um escritório sustentável precisa levar em conta, por exemplo, que reuniões podem ser feitas por videoconferência”, exemplificou. “Escritório sustentável é aquele que mantêm presente a preocupação com os resultados do modo de agir de seus integrantes”.

Renovação

Gustavo Rafael Possetti, engenheiro e gerente de pesquisa e inovação da Sanepar, falou sobre energia, desperdício e fontes renováveis. “O sistema tratamento de água é o maior consumidor de energia do estado. Ou seja, quando se desperdiça água, se desperdiça também energia e os produtos químicos empregados no tratamento”, alertou, ao discorrer sobre o esforço da empresa para contar vazamentos nas tubulações.

Possetti também falou sobre as pesquisas que permitem produzir biogás a partir do lodo e da transformação de cada 100 quilos de lodo em 8 quilos de cinza. “Essa compactação reduz enormemente o volume enviado para os aterros sanitários”, ressaltou.

Urbanização

O advogado e vice-presidente da Comissão Nacional de Direito Ambiental do CFOAB, Alessandro Panasolo, fez a terceira apresentação da manhã, tratando do impacto da urbanização mundial sobre o meio ambiente. “Cidades sustentáveis exigem planejamento. É um desafio e tanto em um planeta que tem 41 megacidades. Em São Paulo, por exemplo, só a partir de 2021  o plano de logística reversa passará a ser obrigatório”, comentou.

Panasolo também abordou a importância dos serviços ecossistêmicos, que garantem a qualidade de vida das pessoas. Para ele, garantir bons serviços no meio urbano não é tarefa pública ou privada, mas um caminho que deve ser percorrido em conjunto. “O ser humano tem necessidade do reencontro com a natureza e estudos mostram que essa conexão tem efeito benéfico sobre a saúde física e mental”, pontuou.